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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Entrevista "polémica" provoca carta aberta da cavaleira Ana Batista


Ana Batista           


Foto:D.R.

Ana Batista explica o verdadeiro significado da entrevista "polémica" ao jornal "O Mirante:

Caros aficionados,

Dirijo-me a todos (aficionados, empresários, amigos, público em geral) após algumas notícias vindas a lume, pois entendi que extrapolaram e conduziram o sentido das minhas palavras, de uma forma tendenciosa e orientada numa linha que nunca foi minha intenção transmitir.

Sei o que disse e estou cá para assumir sempre as minhas palavras!

Quando erro peço desculpa e dou a mão à palmatória, mas quando tentam dar um sentido ao meu discurso que não corresponde à realidade, quando isolam comentários ou temas tratados em duas horas de conversa, pegando em 5 minutos dos 120 que falei, retirando-os do contexto global e tornando excertos do meu discurso em afirmações isoladas, não posso deixar de lamentar e de ter que vir a público esclarecer o que na realidade disse, aliás, tudo o que disse.

A parte da minha conversa que toca nos toiros espanhóis, tem apenas a ver com uma linha de conversa seguida pelo Sr. João Ramalho, ganadeiro e meu amigo, que tocou no assunto e fez-me durante esses poucos minutos falar sobre o tema. 

Ouvindo as minhas próprias palavras, reconheço de imediato que apenas esses excertos e nada mais, são algo estranhos, talvez até agressivos e polémicos, mas acreditem que eu própria me senti enganada com a conotação que de imediato senti.

Quem me conhece sabe bem a minha postura, sabe que por norma digo o que penso mas não sou seguramente de polémicas nem de guerras, por isso e porque sei que graças a Deus muitas pessoas me conhecem, não fico tão preocupada, mas mesmo assim e porque entendo que é importante repor a verdade dessa noite tão bem passada na “Cabana dos Parodiantes” em Salvaterra, convido todos a lerem a entrevista que saiu no Jornal “O Mirante” com a peça completa, onde o título é esclarecedor do que foi essa noite e do que para mim é realmente importante, para perceberem que o momento que falo de toiros, é curto e foi num embalo de conversas de tertúlia como tantas que acontecem.

Não os maço mais, não desminto o que são as minhas palavras, mas não é justo e não posso ficar calada, quando pretendem dar um sentido de polémica e conflito a um dos muitos assuntos abordados num jantar de um grupo de amigos e aficionados. 

Mesmo assim se alguma sensibilidade ficou ferida, aqui peço desculpa pelo facto, mas insisto, leiam a entrevista e percebam o contexto.

Obrigado pelo tempo que Vos tomei e pela atenção que me deram, estou cá para dar um sentido positivo à festa de toiros e estimular todos os que para ela contribuem.

Com amizade,
Ana Batista


O artigo da "polémica" 

O sonho da cavaleira tauromáquica Ana Batista é lidar seis toiros numa única corrida, na sua terra natal, Salvaterra de Magos, com a praça a rebentar pelas costuras. 
A confissão foi feita em mais uma tertúlia organizada na Cabana dos Parodiantes, na noite de quinta-feira, 7 de Outubro, onde foi a convidada principal. 
Disse ainda que, quando terminar a carreira quer ficar ligada ao universo dos cavalos. “Os cavalos fazem parte da minha família, são como meus filhos e não quero abdicar deles”, justificou.
Os convidados para a conversa estiveram perante uma Ana Batista vestida com roupa informal e cabelo solto, imagem bem diferente daquela que mostra nas suas apresentações como toureira. 
A cavaleira apareceu de muletas devido a uma lesão num pé provocada por um acidente numa corrida na praça do Redondo, Alentejo e confessou que a temporada lhe está a correr bem apesar de estar a tentar superar a morte de dois dos seus cavalos que ela considera terem sido os melhores de todos os que já teve.
Desafiada por um membro da assistência a comparar os toiros espanhóis, que cada vez mais aparecem nas corridas, com os portugueses, defendeu o que é nacional. 
“Há quem diga que não existem toiros portugueses, mas eles estão no campo à espera de serem lidados. 
Na minha opinião os toiros portugueses são melhores do que a maioria dos que vêm de Espanha. Têm mais raça. 
Só compreendo que haja alguns empresários que vão buscar animais espanhóis, por serem mais baratos”. A opinião é sustentada pelo peso excessivo dos mesmos.
“Sendo mais obesos isso dificulta a lide dos cavaleiros e a prestação dos forcados”, garante.
Ana Batista apela aos empresários das praças para que voltem a dar mais atenção aos artistas portugueses como era tradição. 
Um dos seus receios é que a festa brava em Portugal acabe por ficar “nas mãos dos espanhóis”como acontece noutros sectores.
A cavaleira revelou que já assinou a petição a favor da festa brava lançada por Francisco Moita Flores e elogia o trabalho do presidente da câmara municipal de Santarém em defesa da tauromaquia. 
“Ele tem ajudado bastante a festa brava e está agora a organizar três dias de corridas em Santarém com touradas de manhã, à tarde e à noite. É uma iniciativa que merece o meu aplauso”.
Ana Batista recordou os jovens que “tentaram” começar uma carreira de toureiros e que ficaram pelo caminho devido a problemas económicos.
“Os pais deles investiram. Pagaram para eles poderem tourear mas eles acabaram por ficar pelo caminho porque o investimento que temos que fazer nos cavalos já é muito grande e não dá para muito mais. 
Não dá para pagar toiros ou outro tipo de custos”.
Não gosta do amarelo nem poisa o tricórnio em cima da cama
Ana Batista nasceu a 16 de Junho de 1978 em Salvaterra de Magos. 
Aos oito anos foi incentivada pelo pai a montar nas suas éguas. 
Um dia o mestre David Ribeiro Telles viu a menina montar e disse para Ana Batista ir treinar para a sua quinta, na Torrinha, em Coruche. 
A cavaleira conta que teve que abdicar de muitas “brincadeiras, festas de anos” para ir às aulas na Torrinha, mas todos os ensinamentos do mestre David Ribeiro Telles valeram a pena.
O bichinho cresceu e as coisas começaram a tornar-se sérias. 
Em 1994 participou na corrida “Oportunidade aos Jovens”, realizada no Campo Pequeno, em Lisboa, onde ganhou o prémio “Troféu Incentivo” atribuído pela Associação de Tauromaquia. 
Como as oportunidades não surgiam foi para Espanha à procura de novos voos. No país irmão integrou o Quarteto das Amazonas d’el Arte com três jovens cavaleiras que queriam singrar no mundo da festa brava. 
Apesar das dificuldades Ana Batista conseguiu um lugar num exigente mundo dos toiros. Hoje é considerada uma figura do toureio nacional. 
Tirou a alternativa no ano 2000, em Coruche. Joaquim Bastinhas e Conchita Citron foram padrinhos de alternativa.
Como todos os cavaleiros, também Ana Batista tem alguns rituais e superstições. A cavaleira gosta de visitar o Convento de Jericó, em Salvaterra, e na sua casa tem um santuário onde passa “algumas” horas antes das corridas. 
“Quando as praças têm capelas gosto de me recolher e deixar lá as flores que recebo”, explica, acrescentando que não gosta da cor amarela nem de colocar o tricórnio (chapéu de três bicos usado pelos cavaleiros tauromáquicos portugueses), em cima da cama. 
“Já tentei superar estas superstições mas não consigo”, diz com uma gargalhada.