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domingo, 28 de agosto de 2011

A entrevista de Vítor Mendes ao Jornal i

 Vítor Mendes. Ser toureiro é uma graça de Deus

Publicado em 27 de Agosto de 2011  
 
É uma vida difícil e mais difícil ainda entrar no grupo especial de matadores. E Vítor Mendes conseguiu o feito de nas últimas 18 temporadas ter estado 12 no grupo especial


Falar com um homem como Vítor Mendes é algo de apaixonante, tal a ênfase que este põe nas suas afirmações. Fomos passar com ele uma manhã na véspera de comemorar 30 anos de alternativa como matador de toiros. Com 53 anos de idade, casado, pai de três filhos, católico convicto, atribui a esta data uma importância transcendente: "As pessoas podem pensar que seria fácil depois de tantos anos a fazer parte do grupo especial separar-me desta vida, mas, bem pelo contrário, levo hoje a minha vida de toureiro com tanto entusiasmo como se fosse um miúdo. Ser matador de toiros é uma graça de Deus e, tanto em praça com fora dela, mantenho o maior respeito pelo público, e por todas as pessoas que gravitam à volta do mundo do toiro."

É um homem viajado, que conhece meio mundo, como tal interessado pela conjuntura social e económica do mesmo. Como vê a actual situação internacional?

A presente situação mundial é preocupante. Quanto a mim a globalização é um erro. Não podemos subestimar os princípios de cada nação, tanto a nível cultural como religioso, e esta globalização leva-nos a uma mercantilização. Quando os EUA têm uma gripe, todos os países, nomeadamente da Europa, vêm por aí abaixo, só sendo beneficiados os países emergentes, com uma mão-de- -obra muito barata e com medidas que todos nós sabemos não serem social e moralmente aceitáveis. Em Portugal, enquanto os interesses partidários, e os políticos e gestores públicos não forem julgados pelo seu trabalho, isto não vai a lado nenhum.

O que é ser "figura" no toureio?

É muito difícil ser figura, seja em que arte for. Uma figura só o consegue ser quando existe entrega do público. Vejam o caso do toureio em Espanha. Quantos milhares de jovens já se vestiram de toureiros e quantos chegam a sonhar ser figuras? Só sonhar, porque do sonho à realidade vai uma grande distância. Em todas as profissões é preciso empenho, só que nesta, de toureiro, é preciso um trabalho diário muito duro. São anos e anos para que alguém se lembre de olhar para nós, é uma vida de contínuo risco, e em que ou aguentamos, ou..... passa bem.

Não há estabilidade na vida de um toureiro?

E nas outras, há? Vamos à história da tauromaquia e pesquisemos os últimos 30 anos. A conclusão será que neste espaço de tempo foram poucas as figuras que se aguentaram mais de cinco, seis anos. Isto é muito duro. Vejam o meu caso, em que nas últimas 18 temporadas estive 12 no grupo especial. E isso é que é difícil, é manter, porque na minha geração vi toureiros extraordinários, com uma classe invulgar, casos do Pepe Luis Vázquez (Filho), Mario Triana, Aguilar Granada, Pepín Giménez, sei lá, mais uma quantidade de nomes que tinham uma qualidade e uma profundidade fabulosas, só que não se aguentaram. E isto são factos.

Mas o que diferencia os toureiros? O talento ou a técnica?

Talento, talento, cabeça e querer, porque técnica todos têm. Reparem nas oportunidades que são dadas a muitos toureiros, e reparem quem triunfa: Enrique Ponce, Juli, José Tomás, Morante, Manzanares, Talavante e pouco mais. Todos eles têm técnica, todos se arrimam, mas se não existir talento... O exemplo desse mesmo talento é a faena ainda ontem do Morante em Bilbau, em que corta duas orelhas a um toiro que de principio o público "pitava". É um toureiro diferente, um toureiro especial, que necessita de um certo tipo de toiro, mas vê lá se também ele não se começou a arrimar. É um toureiro que marca sempre. Vejam se no ano passado quando teve de ir a uma "porta de gaiola" e em que levou duas voltaretas, foi ou não foi?! Isto é talento.

É a prova de que a cabeça tem um grande peso?

Exactamente. Querem um exemplo do contrário? O Javier Conde. Esteve um ano à frente do escalafón, e agora...

A sua época de começo de toureiro foi um caminho difícil?

Primeiro sou português, e aqui em Portugal foi uma geração que se perdeu, não nos podemos esquecer. A evolução histórica do toureio a pé em Portugal está marcada pela morte do grande toureiro José Falcão. Pós José Falcão aparecem um par de gerações de novilheiros que não foram capazes. Vivíamos a época conturbada social e política que foi o pós-25 de Abril, e surgiram nessa época o Poeira, o Marco António, o Jorge Luís, etc., com formação de espera de toiros, vacadas por essas terras fora. Depois surgem o António Manuel, de Vila Franca, e o Parreirita Cigano, da escola de Coruche, que foi a parelha de novilheiros que mais transcendeu nos últimos 30 anos em Portugal. Existiram outras parelhas levadas pela toureiria do maestro Armando Soares, só que a diferença estava em passar a fronteira para o outro lado, em que um miúdo chega lá e vê um novilho com 460 kg, em pontas, com uma cabeça do tamanho do mundo..., em que tens a teu lado uma quantidade imensa de miúdos a querer entrar... Quem tem unhas é que toca guitarra. Depois, e isto é história do toureio em Portugal, existiu uma parelha que toureava tudo, o António de Portugal e o Parreirita Cigano, levados primorosamente pelo maestro António Badajoz, que contrata em Espanha o El Pipo, para levar o Parreirita para lá, estando na sua quadrilha, só que não aguentou. Depois foi o Rui Bento Vasques e o José Luís Gonçalves, com muito valor... Bem, tudo isto para dizer que não nos podemos esquecer do toureio a pé em Portugal.

E nessa altura por onde andava?

Nessa altura estava para entrar na Faculdade de Direito, só que como bem nos lembramos, e é bom não esquecer, vivíamos uma situação no país muito difícil, em que andava tudo à chapada, sem qualquer disciplina, e o meu pai, por ver que eu queria fazer Direito, aconselha-me calma e arranja-me um estágio de 13 meses no Tribunal Judicial de Vila Franca de Xira. Acontece que como parei de estudar, e por a lei mudar, fui obrigado a fazer o serviço cívico estudantil, uma experiencia chocante, um encontro com a realidade da altura. Contacto com o maestro António Badajoz, que andava com o grande toureiro José João Zoio. Entrei nessa altura na sua escola, em Coruche, e disseram-me: "A altura é muito difícil, faz a tua vida e com tempo tiras a tua prova de bandarilheiro praticante, e depois metemos-te aqui a tourear." Fiquei contente, faço-me profissional de toureio e continuo os meus estudos, como o meu pai pretende.

Vamos recuar um pouco. Como foi o seu início no toureio?

Comecei a acercar-me do mundo do toureio por volta do ano de 1972. Bons tempos, em que o senhor Cadório gritava connosco. Acontece que se juntam umas pessoas em Vila Franca para ficar com a praça e nomeiam como gestor Ludovino Bacatum. Sendo Bacatum um homem muito ligado ao toureio a cavalo, teve a perspicácia e visão de realizar em 1973 o concurso "Vila Franca procura um toureiro". Foi aí que apareci. Tirei a alternativa de bandarilheiro em Coruche, na Feira do Castelo. Pus os três pares de bandarilhas e o público obrigou-me a dar a volta ao ruedo.

Datas inesquecíveis?

Em Maio de 1977, quando se deu uma corrida de toiros de morte em Vila Franca, com o José Júlio, o António de Portugal e o Rayito, em que se mataram sete toiros. Gonçalito, que era apoderado de Rayito, depois de me ver bandarilhar não me largou. Insistiu que teria de ir para Espanha, o que aconteceu em 7 de Janeiro de 1978.

Foi logo para Madrid?

Sabe lá o que passei... Repare, na época estava a estudar, tinha a tropa à porta, "carcanhol" não havia, a minha mãe trabalhava para ajudar o meu pai a dar-nos uma vida melhor. Apanhei o Lusitânia Expresso em Santa Apolónia com uma mala, um capote e um estoque rumo a Madrid. Cheguei lá de manhã, um frio de morrer, e esperava-me o Gonçalito, que me diz "mira, toureiro, aqui não se passa nada, ficas dois dias aqui num quarto e depois marchas para Sevilha, onde António Torres te espera". António Torres era o homem de confiança do maestro Curro Romero.

12 de Janeiro de 1978, Sevilha.

Não o conhecia, mas lá nos encontrámos e disse-me logo que ia ficar em Triana, em casa de uma senhora conhecida como a Madre dos Malletillas (Tia Gertrudes). Lembro que não havia escolas taurinas, pelo que treinávamos em casa, num pátio, até que descobri que a 7 quilómetros, em Santi Ponce, numa praça improvisada, era onde se juntavam os toureiros para treinar. Todos os dias de manhã bem cedo lá ia a pé, com muleta e estoque. Foi muito duro. Foi o primeiro embate com o mundo do toureio, e em que conheci e fiquei com um grande amigo, o Juan António Ruiz "Espartaco". Treinávamos todo o dia, chegávamos a dar 300 estocadas no carretón. Ficávamos quase sem pele nas mãos.

Primeira novilhada.

Em Logroño, numa novilhada sem picadores, sem nunca ter estoqueado um novilho, cortei quatro orelhas e um rabo. Correu bem, pelo que o Gonçalito de seguida me arranja 19 novilhadas sem picadores e anuncia a minha primeira novilhada com picadores, em Figueras, na Catalunha. Toureei com o Pepe Luis Vargas, novilhos de António Mendes, cortei uma orelha a cada novilho, e a partir daí foi sempre a andar.

Defende que o toureio tem de ser uma arte plástica?

Não só. Um toureiro tem de ser comercial, é um facto. Outro factor, que hoje está muito em voga, é dizer-se "o miúdo toureia bonito", só que isso não chega, tem de haver submissão, tem de se resolver o toiro que temos pela frente.

O toureio é um negócio?

Qual a arte que não é? O teatro, a música, a pintura, tudo é um negócio. O romantismo da festa é que está a passar, e isso é mau. Não podemos cair só nos produtos de marketing, que em algumas ocasiões nada traz à festa.

O Caetano Ordónez é um exemplo de toureiro comercial?

Bem, dizem que realmente o rapaz é muito bonito, e aliado ao facto de ser toureiro, de ter o nome que tem, juntou estas virtudes e o marketing faz o resto. Mas é toureiro.

Que praças mais pesam nos toureiros?

Madrid, Bilbau, Sevilha.

Num dado passo da sua vida, privou bastante com Curro Romero?

É um senhor, de uma personalidade extraordinária, com um humor fantástico, um artista único, que tudo o que faz é inato. Existem imagens que nos ficam, como a última reaparição de outro grande maestro que foi Paco Camino, numa corrida em que toureou com Curro Romero, uma corrida do Carlos Nuñez. Nunca vi tourear assim.

Toureou com muitos toureiros?

Das figuras da minha geração, diga-me um com quem não tenha toureado.

Foi um toureiro que "tragou" de tudo?

Tenho a minha tauromaquia vibrante, de maior entrega ao toiro, uma tauromaquia que requer um grande conhecimento e concentração no toiro. E esta minha tauromaquia sentia-se mais com ganadarias mais agressivas, mais temperamentais, que chegam mais ao público. Sou um indivíduo muito temperamental.

Quais são as melhores ganadarias?

Muito pertinente essa questão. Miuras, Vitorinos, Pablos Romeros, Isaías, Baltasar Ibán.

Miuras?

Tem-se uma percepção que muitas vezes não sabes se és tu que estás a tourear o toiro se é o toiro que te está a tourear a ti. Tenho duas cornadas de toiros Miura, e sei muito bem o que transmitia ao toiro. Por exemplo, sai um toiro do Juan Pedro Domecq, é um toiro consequente do princípio ao fim. Num Miura não. A faena a um Miura são 15, 20 muletazos, de uma intensidade enorme, e se te estendes ele trinca-te.

Mas em geral os toiros de hoje não são muito previsíveis?

Porque hoje em dia o toiro deixou de ser protagonista. Mas isso vai mudar.

Qual o toiro que mais gostou de tourear?

O que mais me transcendeu tourear foi o meu primeiro toiro como matador de toiros em Barcelona, da ganadaria de Carlos Nuñez, ao lado do meu padrinho, Palomo Linares, e com testemunho do José María Manzanares. A faena que mais me marcou e projectou a minha carreira foi o do Baltasar Ibán, em Madrid.

Qual a ganadaria que mais o marcou?

Vitorino Martín. Um toiro muito sui generis, muito astifino e alto de agulhas, um toiro que impunha, um toiro que se tinha de trazer submetido. É um ganadero fora de série, é um louco pela ganadaria, um homem que sabe tudo da sua ganadaria, com um acompanhamento diário da mesma. Só lhe falta falar com os toiros. É uma ganadaria com personalidade. Mais que ganadeiro é um criador de toiros de lide.

Teve faenas de muito medo?

Mente quem disser que não tem.

Como administra o medo durante uma faena de 20 minutos?

Além do toureio em si, existem uma quantidade de nuances do toiro, das quais dependemos, mas para além do talento, da vontade, da entrega, o toureio é um exercício de inteligência, não ao alcance de todos.

Quantas cornadas levou?

Vinte.

Na actualidade quem manda no toureio?

Além de profissional do toureio, sou aficionado, e custa-me ver que, nomeadamente aqui em Portugal, existe muita gente a aproveitar-se do espectáculo, o que em Espanha é diferente. Ninguém nos obriga a estar no meio taurino. Se estamos é porque queremos, agora temos de saber estar e respeitar, senão... vão à vida deles. Em Portugal existe uma figura na festa de extrema importância que é o forcado. Só que não o sabem defender como tal.

Está a fugir à pergunta.

Em Espanha, na actualidade, existem vários, mas entre estes penso que os que mais metem são o Enrique Ponce, o José Tomás, o Juli, o Morante, o Manzanares, o Fandi, o Talavante.

O que acha que se pode fazer em Portugal para defesa do próprio espectáculo?

Primeiro, que o sentido de autoridade do próprio director de corrida fosse maior em consciência, com respeito e dignidade, e não dos modos em que alguns se encontram. Aqui teremos de ser radicais e severos. Depois, o actual regulamento está totalmente caduco. A evolução que se tem registado, que foi do abuso à radicalidade, de um novilho de 400 kg afeitado por metade do piton, para toiros de quatro anos com 500 kg e com o diamante cortado. Ponham os toiros em pontas mas picados, não podem ser picados não vão em pontas, mas que se apresentem com dignidade. No campo dos cavaleiros e forcados, penso que tem de existir mais bom senso por parte de todos. Uma lide a cavalo que dure 15 minutos são sete de toureio, depois é dar voltas à praça, agradecer a este e àquele, troca de cavalo mais de uma vez. Isto é, e peço desculpa pela expressão, abandalharam o toureio a cavalo. Ao forcado acontece o mesmo. Existiam à volta de 15 grupos, agora existem alguns 40. Uns grupos querem pegar e resolvem os assuntos, outros arrastam-se e demoram um tempo imenso. A recolha de toiros, com cabrestos que não conhecem os toiros, com campinos croatas... Estou a dizer isto num modo construtivo, também eu tenho telhados de vidro. A diferença é este exemplo que vou contar: uma tarde em Palência, sendo eu director de lide, saiu um cavalo de picar da quadrilha de um meu alternante, com um olho por tapar, o que é proibido por regulamento. O director de lide (por ser o mais velho de alternativa) é responsável por tudo o que se passe no ruedo e tem de chamar a atenção para tudo o que for anti-regulamentar. Como não reparei, fui multado em 40 contos (200€) na altura. Levantaram-me um auto em acta e tive de pagar.

Como vê o futuro da festa em Portugal?

Além dos aspectos já referidos, em que é urgente a mudança do regulamento, a mentalidade de empresários e ganaderos terá igualmente de mudar. O empresário tem de saber que isto é um negócio, que existe risco, e se ganha, tudo bem, se perde tem responsabilidades a assumir. Os ganaderos, por quem tenho um enorme respeito, não podem deixar as suas ganaderias estar sujeitas à onda do mercado. O que quero dizer com isto é que em Portugal a grande maioria das ganaderias está feita para o toureio a cavalo, esquecendo que as corridas mistas no nosso país têm um interesse fantástico, como provam os cartéis das mesmas quando bem elaborados. Quanto a novos toureiros, existem uma quantidade deles com entusiasmo, vontade e carácter, que podem singrar, e disso é testemunho a Escola de Toureio José Falcão, a Academia de Toureio do Campo Pequeno, a Escola da Moita, etc.

Quanto custa fazer um toureiro?

Conforme o talento. É um investimento. Alguns a custo zero.

Como vê a proibição do espectáculo de toiros em Barcelona e os movimentos antitaurinos?

Antitaurinos existiram sempre, mas há 10, 15 anos existe o "animalismo", que tem a ver com uma doença grave da nossa sociedade, em que as pessoas tentam transportar a sensibilidade e o sentimento do que é racional e humano para o animal. E isto porque a nossa sociedade está doente. Existem cada vez mais indivíduos sós, com mais problemas psicológicos, em que a sensibilidade, o sentimento, a relação humana é difícil de alcançar. É difícil sentir e relacionar-se. Por este facto, os animais domésticos são a salvaguarda e a bóia de salvação de muita gente, que tenta transmitir a ideia de que também o toiro é um animal doméstico, o que não é. Transportar este sentimento para um animal irracional é totalmente estúpido. Respondendo directamente à sua pergunta, o que se passa em Barcelona é uma atitude política, que vai acabar por não vingar. Toureei várias vezes em Barcelona e sei o que estou a dizer.

"Maestro", qual é o seu cartel de eleição?

Toiros de Miura para Paco Ojeda, César Rincón e Vítor Mendes em Nîmes. Em Madrid seria toiros Vitorinos com Ruiz Miguel, Esplá e Vítor Mendes.


in jornal i