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terça-feira, 31 de julho de 2012

A opinião de Chaubet!


O ESPETÁCULO DO FUTURO 

Como muitos sabem, com a esperança de conseguirmos cobertura financeira para o projeto de um Monumento ao Forcado em que andamos há anos empenhados, demos a conhecer uma iniciativa que, para esse efeito, tínhamos imaginado. Foi aproveitada. Teve o êxito que esperávamos. Só que a receita da bilheteira não foi a favor do Monumento. Mas não desistimos do sonho. Mesmo com atitudes destas e falta de colaboração de quem estatutariamente a devia dar – a ANGF- que nem respondeu ao nosso pedido, mantemo-nos na “luta”. Tivemos agora outra ideia. Sabemos que se a acharem rentável os “caça ideias” não hesitarão em usá-la. Embora correndo esse risco, a bem da Tauromaquia, vamos expô-la.
O caso é este. As touradas são consideradas sanguinárias pelos que se lhes opõem. É o argumento forte que usam os Assis sem auréola, discípulos de São Francisco de Assis patrono dos animais, para exigirem a sua abolição. Assim, admirando o toiro de lide, a sua bravura, lembrámo-nos de um evento capaz de a preservar, satisfazendo simultaneamente gregos e troianos. Quer dizer, os que são a favor e os que são contra as touradas. Terá o apelativo título de

T S S – T O U R A D A S S E M S A N G U E

Os sensíveis persistentes e ordinários anti taurinos, os “contra”, já não poderão esconder as verdadeiras razões do seu comportamento, servindo-se do sangue do toiro como argumento. Os taurinos, terão uma forma de resguardar e estimular a bravura do toiro sem terem necessidade de o fazer sangrar.
Os Forcados serão utilizados como tínhamos sugerido e tem sido seguido nas várias Festas do Forcado que se têm realizado. Juantar-se-ão a estes, “recortadores”, toureio de capote, de muleta e, eventualmente, toureio cómico.
Espetáculo movimentado, diversificado, divertido, SEM SANGUE, onde quem realmente pode sofrer
são os homens e não os toiros, suscetível de atrair público. Inclusivamente os turistas que nos visitam.
Tira-se deste modo o pretexto do derramento de sangue aos piedosos anti taurinos. Satisfaz-se a sua delicada sensibilidade, sempre pronta a insultar quem aprecia touradas, olhando com indiferença as privações dos sem abrigo, dos carenciados, e preserva-se e estimula-se a bravura do toiro.
Está feita a sugestão. Claro que não nos satisfazem nem a quem é aficionado. Mas é a forma que arranjámos para mandar os Assis sem auréola, os anti taurinos, os “contra”, onde calculam que, em pensamento, os mandamos.
Quanto aos “olheiros” taurinos”, sempre alheios ás iniciativas alheias, aproveitando-as quando lhes parece darem lucro, têm a nossa compreensão. Atravessamos um período difícil. Não há espaço para romantismos ou moralidade retrógrada. É tempo dos espertos. Do salve-se quem puder. Assim….

MAIS VALE TARDE QUE NUNCA

    Foi com satisfação que tive conhecimento da homenagem que no dia 2 de agosto, na Praça de Toiros do Campo Pequeno, vai ser prestada ao alcochetano Joaquim José Penetra.Com pai, tio e irmão forcados e de uma terra onde o pegar toiros é quase uma religião, não admira que muito cedo sentisse o desejo de seguir o exemplo dos seus familiares. Teve oportunidade de o fazer, no G.F.A. Lisboa  por  coincidência  comandado por um alcochetano, pois foi nessa aficionada terra que nasceu o famoso Nuno Salvação Barreto, fundador deste Grupo.                                                                                                                                   
 Neste exigente Grupo, teve ocasião de mostrar a sua coragem, voluntariedade, resistência física e anímica. Só um FORCADO com garra excecional e aficion desmedida á pega, aguentava as provações porque foi passando, devido a colhidas sofridas. Uma vez, na praça do Campo Pequeno, após ter tentado quatro vezes inutilmente, a pega de cernelha, cansado e magoado, receando  que  o  Diretor  de  Corrida  mandasse  recolher o toiro, por  brio pessoal e para defender o prestigio do GFAL,  após descansar um pouco sentado no estribo da trincheira, teve ânimo para executar excelente pega de caras. Seguiu o lema do verdadeiro FORCADO: “ O TOIRO NÃO PODE RECOLHER VIVO AO CURRAL” ( Ou  não  fosse  ele alcochetano...)
Nuno  Salvação  Barreto  tinha-me  confidenciado  que dadas as suas qualidades seria ele o seu sucessor. Porém, devido a sub-reptícias manobras, viu-se preterido nessa nomeação. Injustiça que nunca perdoou e saiu.
Convidado para cabo do Grupo do Aposento Verde de Alcochete, o seu feitio frontal, direto, e conceções diferentes do que deve ser um Forcado, não foram bem aceites. Sentia-se desconfortável.                                    
  Sabedores disso e devido ao conhecimento que tinham do seu valor, elementos do Grupo do Ribatejo, desafiaram-no para tomar o comando deste grupo na altura, a passar dificuldades. Aceite o honroso convite, sob a sua orientação o GFAR voltou á ribalta, ao lugar que, por tradição merece.
Todavia, inimizades pessoais, compadrios e falta de isenção incompreensíveis, inviabilizavam a inscrição do Grupo na Associação Nacional dos Grupos de Forcados.   Então Joaquim José Penetra, Quim Zé, para quem o interesse do Grupo do Ribatejo está em primeiro lugar, tomou uma decisão, certamente custosa para quem gosta de pegar toiros como ele. Vendo que era a sua chefia  a  impedir  a inscrição do  Grupo do Ribatejo na ANGF, desistiu do seu comando.                                            
No entanto, sempre preocupado com o prestígio do G. do Ribatejo, não saiu sem arranjar substituto á altura. Encontrou-o em João Machacaz, que se mostrou ter sido boa escolha.                                                           
Decisão  tomada com sacrifício, mostra  a personalidade e pragmatismo de Quim Zé. Qualidades, infelizmente, raras hoje em dia. O oportunismo, o “chico-espertismo” é o que mais se encontra.                               
 Quim Zé cedeu a sua posição de cabo e, para não arranjar problemas ao Grupo, nem sequer se farda. Mas um Forcado como ele qualquer grupo deseja ter. Foi desafiado várias vezes. Mas não. Embora não se fardasse nunca deixou o grupo a quem tanto se afeiçoou. Acompanha-o para todo o lado. Muitas vezes pedidos, os seus experientes conselhos são ouvidos com atenção e respeito.
       Vai agora ter a homenagem que ainda não teve se bem que a merecesse. Mas, como digo, MAIS VALE TARDE QUE  NUNCA. Não faltarei á homenagem e espero que muitos outros façam o mesmo. Como Homem e como Forcado, Quim Zé merece-a.                                                                                                                                           

Carlos Patrício Álvares (Chaubet)
                                                                                                   
 Foto:D.R.